Ciências da Natureza e Matemática
Tema: Ocs MT - Planejamento
Título:Capacidades
no Varal – Uma experiência de planejamento
Somente seja forte e muito corajoso!
Josué 1:7
Público Alvo: Educadores de Castanheira-MT
Duração: 4h
Professora Formadora:
Ana Paula Pereira da Silva – Ciências da Natureza e Matemática
Justificativa e
Problemática
O Estado de
Mato Grosso passa por um momento histórico de re-invenção das escolas, por meio
do Ciclo de Formação Humana, onde propõe-se princípios da Educação Inclusiva, e
visa a garantia da aprendizagem de todos os alunos, de acordo com suas
potencialidades. Isso significa o re-pensar dos métodos de ensino-aprendizagem,
a organização dos espaços e tempos para a aprendizagem, e a transformação na
prática avaliativa.
Um recurso
disponibilizado às instituições de ensino público, para formação continuada dos
profissionais da educação, são as Orientações Curriculares para o Estado de
Mato Grosso, no entanto, a própria proposta pedagógica encontra resistência
entre os educadores que atuam nas escolas do Estado, e entre os motivos dessa
rejeição está a experiência acadêmica e formação inicial com fortes influências
positivistas, no modelo advindo do taylorismo/fordismo, dos mesmos atores que
precisam hoje trabalhar de maneira diferenciada nas salas de aula. Outro ponto
de destaque é o desconhecimento de diferentes métodos de ensino-aprendizagem,
que possam de fato garantir a aprendizagem de todos. E ainda citamos a
dificuldade de materializar a proposta a partir dos textos e tabelas de
Capacidades e Descritores, presentes nas Ocs.
Essas reflexões
nos movem a levantar a seguinte problemática:
Realizar
experiências de planejamento por capacidade, análise de atividades clássicas e
reflexões coletivas sobre possibilidades/impossibilidades pedagógicas nas Ocs
MT podem contribuir com a prática pedagógica inclusiva?
Objetivos
Objetivo Geral
Desenvolver exercícios reflexivos
sobre a temática “Ocs de MT -
Planejamento” a partir da perspectiva do trabalho pedagógico, pautado na
construção do conhecimento a partir de capacidades e descritores, sugeridos nas
Orientações Curriculares, visando a desconstrução de conceitos sobre
planejamento linear e subsidiando uma prática pedagógica inclusiva.
Objetivos Específicos
a) Destacar a importância do planejamento a
partir das capacidades, e a proposta curricular em curso, o momento de
vivificar os planos, está sustentado teoricamente pelas Orientações
Curriculares de Mato Grosso - OCs de MT(2011b), precisa ser repensado a partir
das capacidades e não restrito ao livro didático adotado;
b) Refletir sobre a necessidade da
utilização de recursos variados para subsidiar a construção do conhecimento,
entre estes citamos a Resolução de Problemas e o Método Científico;
c) Incentivar a criticidade e criatividade
na escolha, planejamento e utilização de materiais para auxiliar nos processos
de ensino e aprendizagem;
d) E experienciar práticas dinâmicas de
avaliação das possibilidades de uma atividade, aliando diferentes situações
para construção/desenvolvimento do conhecimento nas diferentes fases da
Educação Básica.
Metodologia
Com base em Ausubel e Vigotsky,
apontamos o trabalho em grupos, a discussão de idéias e a socialização dos
trabalhos como formas de romper com alguns paradigmas da educação – a educação
para todos – que ainda (super)valoriza apenas os mais fortes, os que
correspondem à um único perfil educacional, defendido por tantos e por tanto
tempo como ideal.
Ainda propomos um enfrentamento com
as práticas de repetição e reprodução descontextualizadas, inseridos em nossas
práticas por meio dos modelos escolares que há tempos têm sido apontados como problemáticos
e que não proporcionam condições de sucesso no mundo tecnológico e científico.
As dinâmicas de reconstrução e
repensar de algumas atividades costumeiras apresentam esse intuito de colocar a
prova algumas condições em que os alunos são constantemente submetidos, por
exemplo, as atividades individualizadas, cuidado excessivo com a disciplina,
reprodução de livros didáticos, tal qual estes se apresentam, entre outras.
Ainda buscaremos explorar o potencial
das atividades, a criatividades dos educadores, para que estes consigam
conduzir e reconduzir quando necessário, as propostas educativas, mas a partir
de práticas reflexivas de planejamento, didática e avaliação. Isso poderá ser
visualizado na alternância em criar atividades com base em alguma capacidade, e
depois elencar algumas capacidades nas atividades escolhidas de antemão.
Nesse viés de pensamento, citamos
Mato Grosso que afirma que “a pedagogia
deverá permitir ao aluno compreender que, mais do que dominar conteúdos, deverá
aprender a se relacionar com o conhecimento de forma ativa, construtiva e
criadora” (2010, p. 28, 29). Portanto, nosso propósito é refletir sobre a
escola posta e a escola necessária, uma vez que temos a perspectiva de que esta
escola que queremos proporciona, de acordo com Mato Grosso, a “emancipação
humana e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.” (2010, p.29).
Para tanto
elencamos o seguinte roteiro:
Atividade 1.
Mostrar no projetor de multimídias algumas atividades de matemática, ciências,
biologia, química e física, retiradas da internet, para que os professores possam
elencar oralmente algumas capacidades explícitas no exercício.
Atividade 2. Em
seguida, distribuímos aleatoriamente algumas atividades para eleição das
respectivas capacidades e a descrição das capacidades/descritores realizadas
nas roupinhas (de papel), que podem ser recortadas, coloridas com lápis de cor,
penduradas no varal e apresentadas para o grupo maior.
Atividade 3.
Distribuímos em envelopes, algumas capacidades/descritores da área de CNM em
tirinhas, de maneira aleatória. Nesse momento os profissionais tem que criar ou
escolher entre as atividades que habitualmente trabalham, quais delas atendem a
necessidade sugerida para construção/desenvolvimento da capacidade. Novamente seriam
coladas nas roupinhas e penduradas no varal, as capacidades e respectivas
atividades de matemática criadas.
Atividade 4. Nesse
momento, a proposta é de elaboração das atividades de intervenção pedagógica em
reparação às escolhas da atividade anterior, caso não fossem adequadas ou os
alunos não desenvolvessem/construíssem a capacidade pretendida. Obs. Nessa
atividade indicaremos a possibilidade de elaborar(pesquisar) atividades para
alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Atividade 5. Essa
atividade final caracteriza-se como uma auto-avaliação, em que cada educador@
comenta sobre a formação no sentido de evidenciar a contribuição para o
trabalho pedagógico inclusivo, onde buscaremos a evidência de construção/desconstrução
de conceitos.
Materiais
Barbante
Pregadores
Cópias
das roupinhas
Cola
Tesoura
Cópias
das capacidades/descritores
Cópias
de atividades da área de CNM
Referenciais Teóricos
ALVES, Rubem Azevedo. Conversas com quem gosta de ensinar. São Paulo: Ars Poetica, 1995.
MATO GROSSO. Secretaria de
Estado de Educação. Orientações
Curriculares: Concepções para a
Educação Básica. Cuiabá: Defanti, 2010a
MATO GROSSO. Secretaria de
Estado de Educação. Orientações
Curriculares: Área de Ciências
da Natureza e Matemática para Educação Básica. Cuiabá: Defanti, 2010b
SILVA,
Ana Paula Pereira da. LOPES, Sibeli.
Matemática no Varal: Pontos e Contra Pontos de uma Experiência Formativa
com Professoras do I Ciclo. (Artigo apresentado no VII SEVA – Seminário do Vale
do Arinos.) Juara: UNEMAT, 2012.