Blog da Professora Paulinha -----Matemática, Inclusão, Dificuldades de Aprendizagem e de Ensinagem, Experiências Pedagógicas, enfim, Ventos e Pensamentos...às vezes objetivo, as vezes intimista, as vezes de outros, as vezes de mim...Tudo isso em Juara, no Mato Grosso

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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Inclusão

Fiz um apanhado de muitos textos que utilizei na minha monografia de especialização em  
Educação e Diversidade,
POLÍTICA PÚBLICA DE EDUCAÇÃO INCLUSIVA: Um olhar ao atendimento oferecido aos alunos com necessidades educacionais especiais em escolas da rede estadual de Mato Grosso.



Acesse o site: Ventos e Pensamentos

quinta-feira, 25 de abril de 2013

CONCHAS OU ASAS?


 
O conhecimento pode dar prazer. O conhecimento pode dar sofrimento. Quando o conhecimento dá prazer a gente quer conhecer cada vez mais. Quando o conhecimento dá sofrimento a gente quer conhecer cada vez menos.
No início de sua metafísica Aristóteles afirma que “todos os homens têm, naturalmente, um impulso para adquirir conhecimento”. Isso é absolutamente verdadeiro em relação ao conhecimento que dá prazer.
O prazer que Walt Whitman sentiu ao entrar para a escola foi tão grande que ele lhe deu a forma de um poema. “Ao começar meus estudos/ me agradou tanto o passo inicial,/ a simples conscientização dos fatos,/ as formas, o poder de movimento, o mais pequeno inseto ou animal, / os sentidos, o dom de ver, o amor/ – o passo inicial, torno a dizer, / me assustou tanto, / e me agradou tanto, / que não foi fácil para mim passar / e não fácil seguir adiante, / pois eu teria querido ficar ali / flanando o tempo todo, / cantando aquilo / em cânticos extasiados.”
O conhecimento prazeroso é aquele que nos abre as janelas do mundo.
Como se a gente estivesse viajando, e fosse vendo árvores, riachos, campos, vacas, cavalos, pássaros, casas, caminhos, nuvens…Conhecimento prazeroso é aquele que coloca diante de nós os cenários do mundo, que vão dos ovos num ninho de beija-flor até galáxias a milhões de anos luz de distância.
Diante dos cenários que o conhecimento nos abre os olhos e a alma ficam abobalhados de assombro. Como os de Walt Whitman menino.
Muitos séculos depois de Aristóteles, no final do século XVIII, o filósofo Emanuel Kant escreveu um pequeno opúsculo com o título O que é o Iluminismo? em que ele faz uma exortação que Aristóteles não entenderia. Ele diz “Sapere Aude” -ouse saber! Mas como? Ninguém vai dizer “ouse olhar no microscópio!”, ouse olhar no telescópio!” Olhar no microscópio e olhar no telescópio são atos curiosos que atendem à nossa inclinação natural. Acontece que Kant tinha consciência de um tipo de conhecimento diferente daquele a que se referia Aristóteles. Ele sabia que há um conhecimento que não é natural por exigir a virtude moral da ousadia. A ousadia é uma atitude de contraria aquilo que é natural.
Ousadia implica coragem, fazer o proibido, enfrentar o perigo, aceitar um desafio,. Dá medo escalar uma montanha perigosa. O impulso natural é recuar . Mas Kant diz “ouse conhecer!” O que separa esses dois tipos de conhecimento?
O conhecimento a que se referia Aristóteles é o conhecimento das coisas que estão separadas do meu corpo. Conhecimento que mora na cabeça. Albert Camus no seu livro O mito de Sisífo, observa que Galileu, que possuia um conhecimento astronômico da mais alta importância, quando se viu ameaçado pela Inquisição (as igrejas cristãos sempre tiveram medo daqueles que conheciam o que elas não conheciam), negou o seu conhecimento, voltou atrás, desdisse.
Covardia? Camus diz que Galileu fez muito bem. Se o sol gira em torno da terra ou a terra gira em torno do sol é matéria de profunda indiferença. Aquele conhecimento não valia a fogueira. A vida vale mais. No entanto, ele continua, há pessoas que são capazes de morrer e matar pelas idéias mais doidas. Por que? Porque essas idéias lhes dão razões para viver.
Idéias que dão razões para viver são aquelas idéias que fazem parte do meu corpo. Eu sei que uma idéia faz parte do meu corpo quando eu fico feliz ao vê-la confirmada por outra pessoa. É bom ouvir alguém dizer: “É isso mesmo”. Estou de acordo! Quando duas pessoas confirmam uma mesma idéia- elas conhecem o mundo do mesmo jeito- estabelece-se entre elas um pacto; tornam-se uma comunidade, são irmãs. É assim que se formam as comunidades religiosas, as confrarias, alguns partidos políticos, as torcidas de futebol, os grupos de adolescentes. Mas sei também que uma idéia é parte do meu corpo quando eu fico infeliz ao vê-la contestada. Meu corpo treme.Fico com raiva.
Recuso-me a examinar logicamente o argumento daquele que a contesta. Preparo-me para a batalha. Se eu me preparo para sair, certo de que o céu está coberto de estrelas, e um amigo me informa que estou enganado porque começou a chover, eu posso ficar triste com o fato, mas não vou brigar para provar que o céu está estrelado. Vou simplesmente à janela para confirmar o feito. Se for verdade, levo o guarda-chuvas. Mas se alguém disser que é um bom negócio derrubar as florestas para ganhar dinheiro, eu vou ficar muito bravo. Pode até ser que seja bom negócio. Se não fosse, as madeireiras não cortariam árvores.
Há pessoas cujos corpos são feitos de cifrões. Seu corpo treme de felicidade ao ver a dança ascendente dos lucros. Acontece que os cifrões não circulam no meu sangue. Mas o meu corpo é feito com árvores e riachos. São as árvores e os riachos que me dão felicidade. Sabem o que eu faço quando a televisão mostra cenas de queimadas e devastações de florestas? Eu desligo a televisão. Sei que é verdade, mas eu não quero saber. Recuso-me. Contesto Aristóteles…Quero ignorar os fatos para que as árvores continuem em pé. É necessário, então, enunciar o contrário do dito pelo filósofo grego, e que é dito pela psicanálise “todos os homens têm, naturalmente, um impulso para evitar o conhecimento”.
Esse estranho comportamento se deve ao fato de que nossos corpos não são feitos só de carne e sangue, eles são feitos de palavras. Os moluscos têm corpos moles. Falta-lhes um esqueleto. Como proteção, eles produzem conchas duras dentro das quais se fecham. Somos como os moluscos. Frágeis diante de um mundo imenso e assustador. Tratamos, então, de nos defender: construimos conchas duras de palavras. Conhecimento sobre o mundo? Tudo bem. Tudo é permitido. Nada assusta. Mas ai daquele que tocar numa das palavras que fazem parte da minha concha. Nossa concha é sagrada. Na verdade, aquele mundo a que damos o nome de sagrado, é feito com as partes da nossa concha de palavras. Ai daquele que tentar negar, contestar, destruir uma dessas palavras. O corpo inteiro se mobiliza para a batalha. Ou para a retirada…Retirada é também uma tática de guerra. Tapar os olhos, entupir os ouvidos, recusar-se a pensar.

Pensar é muito perigoso. As Sagradas Escrituras relatam um sonho em que aparecia uma estátua enorme de ferro, com pés de barro. Basta um pé de barro para que a estátua caia. O perigo do pensamento está em que ele venha a revelar que nossa estátua de ferro tem pés de barro. Nossa concha é feita de gelatina. Se isso acontecer já não mais conseguiremos dormir em paz.
Compreende-se, portanto, que contrariamente ao que disse Aristóteles, a nossa tendência natural seja a de evitar conhecimento. Os homens, naturalmente, esforçam-se por não conhecer.
O corpo é sagrado. E sagradas são todas as coisas que estão vitalmente ligadas a ele. Pensar uma palavra sagrada é correr o risco de trincar a concha dura que protege nosso corpo mole. Coisas sagradas que não devem pensadas são ídolos. Ídolos não são para ser pensados. Ídolos são para ser adorados e usados. Compreende-se, portanto, a tendência das pessoas religiosas de se recusarem a pensar sobre suas idéias. Suas idéias religiosas- e portanto os seus deuses- ficam fora do exercício do pensamento.
Mas eu não posso respeitar deuses que me proíbam o exercício do pensamento. Um deus que não sobrevive ao exercício da inteligência não pode ser deus. É um ídolo de pés de barro. Mas eu amaria e respeitaria um Deus que não temesse o pensamento e que me dissesse, como desafio: “Ouse pensar!” Eu amaria e respeitaria um Deus que desafiasse os homens a abandonar suas conchas para se tornarem seres alados!
Retirado da página de Rubem Alves em 25-04-2013

terça-feira, 23 de abril de 2013

Plano de Trabalho - Formação em Castanheira


 
Plano de Trabalho
Ciências da Natureza e Matemática

Tema: Ocs MT - Planejamento
Título:Capacidades no Varal – Uma experiência de planejamento
Somente seja forte e muito corajoso!
Josué 1:7

Público Alvo: Educadores de Castanheira-MT
Duração: 4h
Professora Formadora:
Ana Paula Pereira da Silva – Ciências da Natureza e Matemática

Justificativa e Problemática
O Estado de Mato Grosso passa por um momento histórico de re-invenção das escolas, por meio do Ciclo de Formação Humana, onde propõe-se princípios da Educação Inclusiva, e visa a garantia da aprendizagem de todos os alunos, de acordo com suas potencialidades. Isso significa o re-pensar dos métodos de ensino-aprendizagem, a organização dos espaços e tempos para a aprendizagem, e a transformação na prática avaliativa.
Um recurso disponibilizado às instituições de ensino público, para formação continuada dos profissionais da educação, são as Orientações Curriculares para o Estado de Mato Grosso, no entanto, a própria proposta pedagógica encontra resistência entre os educadores que atuam nas escolas do Estado, e entre os motivos dessa rejeição está a experiência acadêmica e formação inicial com fortes influências positivistas, no modelo advindo do taylorismo/fordismo, dos mesmos atores que precisam hoje trabalhar de maneira diferenciada nas salas de aula. Outro ponto de destaque é o desconhecimento de diferentes métodos de ensino-aprendizagem, que possam de fato garantir a aprendizagem de todos. E ainda citamos a dificuldade de materializar a proposta a partir dos textos e tabelas de Capacidades e Descritores, presentes nas Ocs.
Essas reflexões nos movem a levantar a seguinte problemática:
Realizar experiências de planejamento por capacidade, análise de atividades clássicas e reflexões coletivas sobre possibilidades/impossibilidades pedagógicas nas Ocs MT podem contribuir com a prática pedagógica inclusiva?  

Objetivos

Objetivo Geral
Desenvolver exercícios reflexivos sobre a temática “Ocs de MT  - Planejamento” a partir da perspectiva do trabalho pedagógico, pautado na construção do conhecimento a partir de capacidades e descritores, sugeridos nas Orientações Curriculares, visando a desconstrução de conceitos sobre planejamento linear e subsidiando uma prática pedagógica inclusiva.

Objetivos Específicos
a) Destacar a importância do planejamento a partir das capacidades, e a proposta curricular em curso, o momento de vivificar os planos, está sustentado teoricamente pelas Orientações Curriculares de Mato Grosso - OCs de MT(2011b), precisa ser repensado a partir das capacidades e não restrito ao livro didático adotado;
b) Refletir sobre a necessidade da utilização de recursos variados para subsidiar a construção do conhecimento, entre estes citamos a Resolução de Problemas e o Método Científico;
c) Incentivar a criticidade e criatividade na escolha, planejamento e utilização de materiais para auxiliar nos processos de ensino e aprendizagem;
d) E experienciar práticas dinâmicas de avaliação das possibilidades de uma atividade, aliando diferentes situações para construção/desenvolvimento do conhecimento nas diferentes fases da Educação Básica.

Metodologia
Com base em Ausubel e Vigotsky, apontamos o trabalho em grupos, a discussão de idéias e a socialização dos trabalhos como formas de romper com alguns paradigmas da educação – a educação para todos – que ainda (super)valoriza apenas os mais fortes, os que correspondem à um único perfil educacional, defendido por tantos e por tanto tempo como ideal.
Ainda propomos um enfrentamento com as práticas de repetição e reprodução descontextualizadas, inseridos em nossas práticas por meio dos modelos escolares que há tempos têm sido apontados como problemáticos e que não proporcionam condições de sucesso no mundo tecnológico e científico.
As dinâmicas de reconstrução e repensar de algumas atividades costumeiras apresentam esse intuito de colocar a prova algumas condições em que os alunos são constantemente submetidos, por exemplo, as atividades individualizadas, cuidado excessivo com a disciplina, reprodução de livros didáticos, tal qual estes se apresentam, entre outras.
Ainda buscaremos explorar o potencial das atividades, a criatividades dos educadores, para que estes consigam conduzir e reconduzir quando necessário, as propostas educativas, mas a partir de práticas reflexivas de planejamento, didática e avaliação. Isso poderá ser visualizado na alternância em criar atividades com base em alguma capacidade, e depois elencar algumas capacidades nas atividades escolhidas de antemão.
Nesse viés de pensamento, citamos Mato Grosso  que afirma que “a pedagogia deverá permitir ao aluno compreender que, mais do que dominar conteúdos, deverá aprender a se relacionar com o conhecimento de forma ativa, construtiva e criadora” (2010, p. 28, 29). Portanto, nosso propósito é refletir sobre a escola posta e a escola necessária, uma vez que temos a perspectiva de que esta escola que queremos proporciona, de acordo com Mato Grosso, a “emancipação humana e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.” (2010, p.29).

            Para tanto elencamos o seguinte roteiro:
Atividade 1. Mostrar no projetor de multimídias algumas atividades de matemática, ciências, biologia, química e física, retiradas da internet, para que os professores possam elencar oralmente algumas capacidades explícitas no exercício.
Atividade 2. Em seguida, distribuímos aleatoriamente algumas atividades para eleição das respectivas capacidades e a descrição das capacidades/descritores realizadas nas roupinhas (de papel), que podem ser recortadas, coloridas com lápis de cor, penduradas no varal e apresentadas para o grupo maior.
Atividade 3. Distribuímos em envelopes, algumas capacidades/descritores da área de CNM em tirinhas, de maneira aleatória. Nesse momento os profissionais tem que criar ou escolher entre as atividades que habitualmente trabalham, quais delas atendem a necessidade sugerida para construção/desenvolvimento da capacidade. Novamente seriam coladas nas roupinhas e penduradas no varal, as capacidades e respectivas atividades de matemática criadas.
Atividade 4. Nesse momento, a proposta é de elaboração das atividades de intervenção pedagógica em reparação às escolhas da atividade anterior, caso não fossem adequadas ou os alunos não desenvolvessem/construíssem a capacidade pretendida. Obs. Nessa atividade indicaremos a possibilidade de elaborar(pesquisar) atividades para alunos com Necessidades Educacionais Especiais.
Atividade 5. Essa atividade final caracteriza-se como uma auto-avaliação, em que cada educador@ comenta sobre a formação no sentido de evidenciar a contribuição para o trabalho pedagógico inclusivo, onde buscaremos a evidência de construção/desconstrução de conceitos.

Materiais
Barbante
Pregadores
Cópias das roupinhas
Cola
Tesoura
Cópias das capacidades/descritores
Cópias de atividades da área de CNM

Referenciais Teóricos
ALVES, Rubem Azevedo. Conversas com quem gosta de ensinar.  São Paulo: Ars Poetica, 1995.
MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Educação. Orientações Curriculares: Concepções para a Educação Básica. Cuiabá: Defanti, 2010a
MATO GROSSO. Secretaria de Estado de Educação. Orientações Curriculares: Área de Ciências da Natureza e Matemática para Educação Básica. Cuiabá: Defanti, 2010b
SILVA, Ana Paula Pereira da. LOPES, Sibeli. Matemática no Varal: Pontos e Contra Pontos de uma Experiência Formativa com Professoras do I Ciclo. (Artigo apresentado no VII SEVA – Seminário do Vale do Arinos.) Juara: UNEMAT, 2012.

Resumo do Livro "Henri Wallon: Uma Concepção Dialética Do Desenvolvimento Infantil"




(Izabel Galvão)

Este pequeno livro, da autora Izabel Galvão, introduz o leitor na abrangente e dinâmica teoria dialética do desenvolvimento infantil desenvolvida pelo psicólogo francês Henri Wallon, sendo sua leitura de fundamental importância tanto para estudiosos do psiquismo humano quanto para aqueles que estejam voltados à prática educativa, posto que a teoria walloniana é capaz de conceber aos educadores subsídios diversos para novas reflexões pedagógicas, suscitando a adoção de uma ação educacional que atenda as necessidades da criança nos planos afetivo, cognitivo e motor e que promova o seu desenvolvimento em todos esses níveis.
Uma pedagogia inspirada na psicogenética walloniana não considera o desenvolvimento intelectual como a meta máxima e exclusiva da educação, de forma que o sincretismo dá lugar ao pensamento categorial, não beneficiando tão somente a inteligência, mas a pessoa como um todo. Wallon entende como inconcebível a idéia de uma personalidade que se forma isolada da sociedade, sendo assim, salienta que a educação deve obrigatoriamente integrar, à sua pratica e aos seus objetivos, tanto a dimensão social quanto a individual.
A teoria walloniana identifica a interdependência entre desenvolvimento intelectual e conhecimento, inspirando uma pedagogia em que os conteúdos de ensino têm um papel importante. Outro fator que recebe grande importância na teoria walloniana é o meio, pois este é entendido como o campo sobre o qual a criança aplica as condutas de que dispõe, ao mesmo tempo, que dele retira os recursos para sua ação. Wallon considera que com o desenvolvimento ampliam-se as possibilidades de acesso da criança às várias dimensões do meio, cada etapa do desenvolvimento define um tipo de relação com seu ambiente, o que implica dizer que a cada idade é diferente o meio da criança.
Em termos práticos, isso significa que o planejamento das atividades não deve se restringir somente à seleção de seus temas, isto é, do conteúdo de ensino, mas necessita atingir as várias dimensões que compõem o meio, incluindo uma reflexão acerca do espaço em que será realizada a atividade, decidindo sobre aspectos como a área ocupada, os materiais utilizados, os objetos colocados ao alcance das crianças, a disposição do mobiliário, de modo a propiciar oportunidades de interações sociais, pois, de acordo com Wallon, o ambiente escolar ao possibilitar uma vivência social diferente do grupo familiar, desempenha importante papel na formação da personalidade da criança e quanto maior a diversidade de grupos de que participar, mais numerosos serão os parâmetros de relações sociais, o que tende a enriquecer sua personalidade.Cabe, por fim, dizer que a leitura deste pequeno livro fornece não somente informações e explicações muito relevantes acerca das características da atividade da criança nas várias fases do seu desenvolvimento – quando e como este desenvolvimento se dá -, mas também procura demonstrar – de maneira bem mais sucinta, é verdade ? as dimensões político-sociais da educação, melhor conscientizando o leitor de que entre o regime político de determinada sociedade e o sistema educacional nela vigente a relação não é meramente causalidade, de modo que, mesmo que não seja notado explicitamente, a educação tem sempre um papel político, já que os regimes políticos invariavelmente prolongam seus objetivos à educação.